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Como é a vida de jogadoras de futebol profissional?

Fortes, capazes, ambiciosas, perseverantes e talentosas: mulheres. Assim são Cristiana Girelli, linha de frente da seleção italiana de futebol; Nicole Ramos, goleira do Santos Futebol Clube do Brasil; Sandra Sepúlveda, titular da Seleção Nacional da Colômbia; Aitana Bonmatí e Andrea Pereira, jogadoras do Barça e da seleção espanhola. Nacionalidades diferentes, mas com uma mesma paixão: o futebol.

Nas últimas semanas, algumas mídias e redes sociais cobriram a Copa do Mundo de Futebol Feminino como nunca antes. No entanto, você pode imaginar como é a vida dessas atletas dentro e fora do campo? Essas heroínas que rompem com os padrões todos os dias conversaram com o AdoteUmCara sobre o início de suas carreiras, o futebol e as desigualdades que ainda existem nesse esporte.

Foto de Aitana Bonmatí: reprodução

O princípio da paixão

"Quando comecei a andar, meus pais me disseram que eu chutava para muito longe tudo que cruzava o meu caminho”, diz Girelli, que não tem memórias de infância sem uma bola a seu lado. Assim como Bonmatí, que insistiu tanto em brincar no campo da escola que seus pais decidiram inscrevê-la na equipe masculina para desenvolver suas habilidades, embora não tenha sido fácil: "No começo as pessoas achavam estranho me ver brincar com os meninos, principalmente porque eu era muito pequena e a diferença física era notável”.

Ramos, Pereira e Sepúlveda tiveram incentivo dos pais, que as fizeram chutar nos corredores de casa e as levavam para todos os seus jogos. Independente do gênero, eles sempre as acompanharam naquilo que gostavam e, graças a isso, hoje elas estão competindo em nível mundial.

 Foto de Andrea Pereira: reprodução do Instagram/andreapereira5

Dificuldades

"O preconceito das pessoas. Eles acham que as mulheres não têm a habilidade ou não conseguem praticar esse esporte", diz Ramos. O que, ao mesmo tempo, leva a diferenças nos salários, infraestrutura das instalações e recursos em geral.

"Desde o começo deste esporte nós lutamos contra as acusações e a falta de aceitação de nosso talento e paixão. Um homem não tem que escutar da mãe dele que futebol não é para ele, mas sim lavar os pratos. Por conta deste tipo de estereótipo, grandes jogadoras do mundo podem ter sido perdidas", explica a colombiana Sepúlveda que, apesar do "não poder", nunca deixou de se dedicar à sua paixão.

No entanto, nem todas enfrentaram as mesmas dificuldades. A italiana Girelli jogou com os meninos até os 14 anos e nunca sentiu qualquer discriminação, era capitã da equipe e eles sempre a respeitavam. No entanto, ele reclama que já ouviu críticas que questionam a capacidade das mulheres: "No outro dia eu li um comentário do tipo ‘retorne à cozinha’, será que não se dão conta de que estamos em um MUNDIAL? Antes eu me incomodava, agora eles me fazem rir muito".

Ela também é a única que dedica tempo integral ao futebol graças ao fato de que seu clube, a Juventus, oferece tudo o que precisa, embora ainda não descarte a possibilidade de retomar seus estudos de biotecnologia para ter uma possível futura oportunidade de trabalho.

"Muitas jogadoras estudam ou trabalham porque atualmente o futebol feminino não dá para economizar e ter uma vida futura, ou mesmo um presente, sem preocupações. Em vez de dedicar mais horas na academia, lidar com fisioterapeutas e fazer treinos dobrados, elas usam essas horas para estudar ou trabalhar", explica Pereira, que além de representar seu país na Copa do Mundo, estuda direito e está prestes a se tornar também administradora de empresas.

 Foto de Cristiana Girelli: reprodução

Como o futebol feminino pode evoluir?

"Depende de vários fatores: que os clubes apostem mais em nossas equipes, que a Federação continue apoiando, que a mídia dê cobertura e visibilidade às competições, que as marcas invistam mais e que haja mais formação", explica a centro-avante do Barça, Bonmatí.

No entanto, essas leoas do esporte já fizeram a diferença e estão mostrando ao mundo do que são capazes. "Estamos em um ponto de virada, fizemos muito barulho e, com outros bons resultados, faremos muito mais. Ainda há um longo caminho a percorrer, mas já tomamos o caminho certo ", acrescenta Girelli.

Foto de Nicole Ramos: reprodução do Instagram/nicoleramos_12

Que mensagem você gostaria de transmitir às mulheres?

"Há muitos anos começou uma luta, não apenas com o futebol feminino, mas com a vida e a representação das mulheres em geral. Agora começamos a ver os primeiros frutos dessa luta e não é hora de parar ", Andrea Pereira, jogadora da seleção espanhola.

"Se você tem um sonho, vá em frente, mesmo com as dificuldades que você enfrenta. E lutem diariamente pela melhoria do esporte feminino, que tem enorme potencial ”, diz Nicole Ramos, goleira do Santos Futebol Clube do Brasil.

"Você tem que lutar pelo que você quer, custe o que custar, porque quando você trabalha, as coisas vêm", Aitana Bonmatí, meio-campista do Barça.

"Se nos sentimos inferiores aos homens, não é porque somos, é porque há pessoas que nos fazem acreditar nisso. Mulheres, continuem em frente e acreditem em si mesmas porque, mais cedo ou mais tarde, tudo isso passará, mas temos que começar com nós mesmas, senão será impossível. Comece a jogar futebol por diversão e sem preconceitos de que você pode perder sua feminilidade. Se você é mulher, continuará sendo mulher", afirmou Cristiana Girelli, da Seleção Italiana.

"Se anime a jogar futebol, não deixe que nenhuma barreira atrapalhe, siga um sonho e aja para que isso aconteça", Sandra Sepúlveda, goleira da Seleção Nacional da Colômbia.

*As respostas foram brevemente editadas para melhorar a clareza das respostas.

Abaixo o Instagram das jogadoras que foram entrevistadas:

- Aitana Bonmatí (@aitana.bonmati)

- Andrea Pereira (@andreapereira5)

- Cristiana Girelli (@cristianagirelli)

- Nicole Ramos (@nicoleramos_12)

- Sandra Sepúlveda (@sandra.sepulveda)

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